26 de dez. de 2008
28 de nov. de 2008
Ai Se sEsSe
Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém se acontecesse
de São Pedro não abrisse
a porta do céu
e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse
pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tavés que nois dois ficasse
Tavés que nois dois caisse
E o céu furado arriasse
e as virgi toda fugisse.
(poeta Zé da Luz)
23 de nov. de 2008
9 de nov. de 2008
31 de out. de 2008
SíNdRoMe De EsToCoLmO
no
subsolo
um
porão
frio
escuro
nem um
feixe de luz
o ar
pesado
sem ter
como
respirar
como
enxergar
o desespero
claustrofóbico
o pânico
que lugar é esse
sentei-me
ao chão
esperando
que meus olhos
se adaptassem
à escuridão
e só então
percebi que
era refém
da minha
própria
ignorância
19 de out. de 2008
cinco anos de saudade
Velho companheiro que saudade de você, onde está você? Choro nesse canto a sua ausência, seu silêncio e a distância que se fez tão grande e levou você de vez daqui. Sabe companheiro, algo em mim também morreu, desapareceu junto com você. E hoje esse meu peito mutilado, bate assim descompassado. Que saudade de você!
(cláudio Nucci)
11 de out. de 2008
2 de out. de 2008
29 de set. de 2008
16 de set. de 2008
9 de set. de 2008
Canção para me despertar
Na minha cidade tem poetas,poetas
que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas
E sempre aparecem quando menos aguardados,
guardados, guardados,
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados.
Saem de recônditos lugares no ares, nos ares,
Onde vivem com seus pares seus pares, seus pares,
Seus pares e convivem com fantasmas multicores,
de cores, de cores,
Que te pintam as olheiras e te pedem que
não chores
Suas ilusões são repartidas partidas, partidas,
Entre mortos e feridas, feridas, feridas,
Mas existem com palavras, confundidas, fundidas,
fundidas,
Ao seu triste passo lento pelas ruas e avenidas.
Não desejam glórias nem medalhas, medalhas,
medalhas,
Se contentam com migalhas, migalhas
Migalhas de canções e brincadeiras com seus
versos dispersos, dispersos,
Obcecados pela busca de tesouros submersos.
Fazem quatrocentos mil projetos, projetos, projetos,
Que jamais são alcançados cansados, cansados,
Nada disso importa enquanto eles escrevem, escrevem, escrevem,
O que sabem que não sabem e o que dizem que não devem.
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas,
Como se fossem cometas, cometas, cometas,
Num estranho céu de estrelas idiotas e outras, e outras,
Cujo brilho sem barulho veste suas caldas tortas.
Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas,
Esvaindo-se em milhares, milhares,
Milhares de palavras retorcidas e confusas, confusas, confusas,
Em delgados guardanapos, feito moscas inconclusas.
Andam pelas ruas escrevendo e vendo, e vendo,
Que eles vêm nos vão dizendo, dizendo,
E sendo eles poetas de verdade enquanto espiam e piram, e piram,
Não se cansam de falar do que eles juram que não viram.
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas,
Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas,
Lançadas ao espaço e o mundo inteiro, inteiro, inteiro,
Fossem vendo pra depois voltar pro Rio de Janeiro.
Biromes y Servilletas do Leo Masliah
16 de ago. de 2008
5 de ago. de 2008
lucidez
a loucura é tão clara
quanto o escuro da lucidez,
e ser claro a essa altura
é o mesmo que riscar o fósforo pela
segunda vez.
lobão
29 de jul. de 2008
Fim-de-semana com lei seca
http://aletp.com/2008/07/28/fim-de-semana-com-lei-seca/
20 de jul. de 2008
hoje é domingo
como que algo terrível fosse acontecer,
aliás, aconteceu, meu pai morreu num domingo ...
antes disso eu já odiava os domingos. não sei, algo meio deprimente como se a serotonina sumisse do meu corpo aos domingos.
não tem pessoas, lugares, programas, livros, filmes, comidas, bebidas, nada, absolutamente nada, que me livre dos domingos.
ah, maldito domingo...
se o mundo acabar decerto será num domingo.
9 de jul. de 2008
30 de jun. de 2008
www.youtube.com/watch?v=hQXddDLvQx0
FuCk Me PuMpS
When you walk in the bar,
And you dressed like a star,
Rockin' your F me pumps.
And the men notice you,
With your Gucci bag crew,
Can't tell who he's lookin' to.
Cuz you all look the same,
Everyone knows your name,
And that's you whole claim to fame.
Never miss a night,
Cuz your dream in life,
Is to be a footballers wife.
You don't like players,
That's what you say-a,
But you really wouldn't mind a millionaire.
You don't like ballers,
They don't do nothing for ya,
But you'd love a rich man six foot two or taller.
You're more than a fan,
Lookin' for a man,
But you end up with one-nights-stands.
He could be your whole life,
If you got past one night,
But that part never goes right.
In the morning you're vexed,
He's onto the next,
And you didn't even get no taste.
Don't be too upset,
If they call you a skank,
Cuz like the news everyday you get pressed.
You don't like players,
That's what you say-a,
But you really wouldn't mind a millionaire.
Or them big balers,
Don't do nothing for ya.
But you'd love a rich man six foot two or taller,
You can't sit down right,
Cuz you jeans are too tight,
And your lucky its ladies night.
With your big empty purse,
Every week it gets worse,
At least your breasts cost more than hers.
So you did Miami,
Cuz you got there for free,
But somehow you missed the plane.
You did too much E,
Met somebody,
And spent the night getting cane.
Without girls like you,
There'd be no fun,
We'd go to the club and not see anyone.
Without girls like you,
There's no nightlife,
All those just go home to their wives.
Don't be mad at me,
Cuz your brushing thirty,
And your old tricks no longer work.
You should have known from the job,
That you always get dumped,
So dust off your fuck me pumps.
(Amy Winehouse)
19 de jun. de 2008
eu, segundo o www.flarn.com/~warlock/tarot/
You are The Star
Hope, expectation, Bright promises.
The Star is one of the great cards of faith, dreams realised
The Star is a card that looks to the future. It does not predict any immediate or powerful change, but it does predict hope and healing. This card suggests clarity of vision, spiritual insight. And, most importantly, that unexpected help will be coming, with water to quench your thirst, with a guiding light to the future. They might say you're a dreamer, but you're not the only one.(esse site eu roubei do Bina que já tinha roubado da Leila)
15 de jun. de 2008
Para MaRiNa
Mineirinha
Ai,mineirinha
Mineirinha,meu amor,
Na roda do teu cabelo
Corre água e nasce flor.
-Ai,eu queria
-O que é que ocê queria?
-Uma mineirinha
Natural lá do sertão
-Ai,eu queria
-O que é que ocê queria?
-Comê coaiada
Queijo fresco e requeijão
-Ai,eu queria
-O que é que ocÊ queria?
-Uma mineirinha
Só pra me fazê carinho
-Ai,eu queria
-O que é que ocê queria?
-Casar com ela
Pra nós vivê sozinho.
Raul Torres e Florencio
12 de jun. de 2008
queria ter escrito isso
O que te dou, hoje?
Hoje, te dou minhas
Palavras.
Tradução mais tosca
do que vai aqui.
De um horizonte míope.
do tamanho de Zuyderzee,
o mar morto, ou quase,
de Camus.
Margens planas, perdidas
na bruma,
não se sabe onde começa
ou acaba.
Por isso singramos...
Hoje, te dou minhas
angústias, mas também
vão as certezas.
A certeza da angústia
E a angústia da certeza.
Hoje, te dou meu lado
Bandini.
Como Dorothy Parrish
sempre fora uma coisa
tão secreta, e enchendo-me
de um doce desejo, uma
garota adorável.
Hoje me dou a ti.
Como Chinasky. Mas você sabe,
Só as pessoas que enchem o saco
Ficam de saco cheio. Têm de
viver se cutucando continuamente
para se sentirvivas.
E é o que me cutuca continuamente
e me faz sentir vivo, o que queria
te dar hoje.
6 de jun. de 2008
4 de jun. de 2008
TeSe, AnTíTeSe, SíNtEsE
..."não consegui chegar a nada, nem mesmo tornar-me mau: nem bom nem canalha nem honrado nem herói nem inseto. agora, vou vivendo os meus dias em um canto, incitando-me a mim mesmo, com o consolo raivoso - que para nada serve - de que um homem inteligente não pode, a sério, tornar-se algo, e de que somente os imbecis o conseguem."
DoStOiÉvSkI
31 de mai. de 2008
Mensaje al hermano
Ahora serán las palabras, las más inútiles o las más elocuentes, las que brotan de las lágrimas o de la cólera; ahora leeremos bellas imágenes sobre el fénix que renace de las cenizas, en poemas y discursos se irá fijando para siempre la imagen del Che. También éstas que escribo son palabras, pero no las quiero así, no quiero yo ser quien hable de él. Pido lo imposible, lo más inmerecido, lo que me atreví a hacer una vez, cuando él vivía: pido que sea su voz la que se asome aquí, que sea su mano la que escriba estas líneas. Sé que es absurdo y que es imposible, y por eso mismo creo que él escribe esto conmigo, porque nadie supo mejor hasta qué punto lo absurdo y lo imposible serán un día la realidad de los hombres, el futuro por cuya conquista dio su joven, su maravillosa vida. Usa entonces mi mano una vez más, hermano mío, de nada les habrá valido cortarte los dedos, de nada les habrá valido matarte y esconderte con sus torpes astucias. Toma, escribe: lo que me quede por decir y por hacer lo diré y lo haré siempre contigo a mi lado. Sólo así tendrá sentido seguir viviendo.
23 de mai. de 2008
22 de mai. de 2008
Loucos e Santos
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito ou os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.Não quero só o ombro ou colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e a outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril." Oscar Wilde
20 de mai. de 2008
Mulher sem razão
Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou
Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
No final da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio
Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dá um pouco de atenção
Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não tá com nada
É uma festa na prisão
Nosso tempo é bom
Temos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto
Na escuridão do quarto.
cazuza e bebel gilberto
19 de mai. de 2008
17 de mai. de 2008
eu
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme -- este operário das ruínas --
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
augusto dos anjos (psicologia de um vencido)
14 de mai. de 2008
assim sem você
Tô louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração...
Eu não existo longe de você
E a solidão, é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo."
Abdullah / Cacá Moraes
13 de mai. de 2008
A mulher desiludida
simone de beauvoir
12 de mai. de 2008
a LOUCA
Quando ela passa: - a veste desgrenhada,
No seu olhar feroz eu adivinho
O mistério da dor que a traz penada.
Moça, tão moça e já desventurada;
Da desdita ferida pelo espinho,
Vai morta em vida assim pelo caminho,
No sudário de mágoa sepultada.
Eu sei a sua história. - Em seu passado
Houve um drama d’amor misterioso
- O segredo d’um peito torturado -
E hoje, para guardar a mágoa oculta,
Canta, soluça - coração saudoso,
Chora, gargalha, a desgraçada estulta.
Augusto dos Anjos